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Como diminuir o risco de desenvolver câncer de mama

27 de Outubro de 2015


A prevenção do câncer de mama pode ser dividida em três partes:

• Prevenção primária: tudo aquilo que pode ser feito para evitar a ocorrência do câncer
• Prevenção secundária: diagnóstico precoce e prevenção da recorrência (recidiva)
• Prevenção terciária: medidas para minimizar o impacto da doença já estabelecida, na qualidade de vida das pessoas.
• Abordaremos aqui apenas a prevenção primária e secundária.


Prevenção primária

O câncer de mama é em parte decorrente de uma série de fatores de risco:

• Idade avançada
• Predisposição genética hereditária
• História familiar
• Menarca (primeira menstruação) precoce e menopausa tardia
• Radioterapia prévia na região do tórax
• Mamas mais densas
• Obesidade
• Sedentarismo
• Etilismo (alcoolismo)
• Tabagismo
• Uso de reposição hormonal (reposição de hormônios após a menopausa)
• Dentre estes, constam fatores que podem ser considerados fatores modificáveis e outros não modificáveis (idade, história familiar, mamas densas).

Dentre os fatores modificáveis, você pode ajudar a prevenir o câncer mantendo um peso saudável (obesidade aumenta o risco), uma dieta balanceada, fazendo atividade física, não fumando, não ingerindo bebidas alcoólicas em excesso.

Além disso, para mulheres na menopausa, é aconselhável não fazer reposição hormonal, ou fazê-lo sob orientação estrita de um médico.

Havendo fatores não modificáveis, o que pode e deve ser feito é uma investigação (no caso de haver história familiar de câncer de mama e/ou ovário), para identificar a possível presença de uma predisposição genética hereditária, e com base nesta avaliação (veja o item sobre risco), poder tomar decisões sobre intervenções redutoras de risco, discutidas abaixo.

Esta avaliação e a decisão de fazer testes genéticos, somente devem ocorrer após uma orientação adequada, geralmente feita por um oncogeneticista.

Embora seja difícil quantificar a diminuição do risco de câncer de mama especificamente promovida por uma intervenção como, por exemplo, perda de peso, vale ressaltar que todas as intervenções em fatores modificáveis trazem também benefícios para a saúde em outras esferas, não apenas no câncer de mama.

Além destas medidas de intervenção em fatores de risco, existe a intervenção medicamentosa redutora do risco. Nesta estratégia, mulheres com um risco calculado maior que o da população geral, podem tomar Tamoxifeno ou Raloxifeno por 5 anos, sendo que estas medicações reduzem de maneira significativa o risco de se desenvolver câncer de mama, e esta redução perdura por vários anos, mesmo após o término dos 5 anos de medicação.

Lamentavelmente, esta prevenção medicamentosa ocorre às custas de efeitos colaterais frequentemente mal aceitos pelas mulheres (ondas de calor, suodorese exacerbada, retenção de líquido).

Pacientes com predisposição genética (hereditária) ao câncer de mama

Há alguns aspectos na história pessoal e familiar de pacientes que nos fazem pensar na possibilidade de uma predisposição genética.

São estes fatores:

Câncer de mama diagnosticado antes dos 50 anos em parentes de primeiro ou segundo grau; História de parentes com câncer de mama e/ou de ovário; Familiar com câncer de mama em ambas as mamas; ascendência judia Aschkenazi (leste europeu); Parente homem com câncer de mama. Embora haja diversas mutações genéticas hereditárias que podem predispor ao desenvolvimento de câncer de mama (entre outros tipos de câncer), aquelas mais frequentemente associadas ao câncer de mama (e de ovário) são as mutações nos genes denominados BRCA1 e BRCA2. Apenas algo em torno de 10% dos casos de câncer de mama diagnosticados são consequência destas mutações, mas para uma pessoa que tenha uma destas mutações, o risco de desenvolver câncer de mama (e/ou ovário) ao longo da vida é de mais de 50%.

Assim, quando se sabe que uma mulher é portadora de uma destas mutações, é necessária uma discussão aberta sobre medidas de prevenção, que podem ir desde um seguimento mais frequente e com exames mais sofisticados (como ressonância nuclear magnética das mamas), passando por medicações como Tamoxifeno, até cirurgias redutoras de risco (mastectomia profilática e/ou retirada profilática dos ovários).

Prevenção secundária

Aqui entram estratégias de rastreamento populacional assim como estratégias individualizadas em função de história familiar ou pessoal.

O rastreamento mais comum é a mamografia, que nada mais é que um raio-X em duas incidências de cada uma das mamas. Recomendamos que a mamografia seja feita a partir dos 40 anos de idade de maneira anual, em linha com o que é proposto pela American Cancer Society. Não há idade limite para a realização de mamografia, sendo que o bom senso dita que quando uma mulher tiver uma expectativa de vida curta, não mais faz sentido rastrear o câncer de mama.

O ultrassom das mamas serve como complemento à mamografia, pois ajuda a diferenciar cistos (conteúdo líquido, raramente canceroso) de nódulos, mal diferenciados na mamografia.

A ressonância nuclear magnética (RNM) é recomendada para o rastreamento apenas em populações de alto risco, como pacientes com uma história familiar suspeita de predisposição genética, pacientes sabidamente com predisposição genética ao câncer ou pacientes que já tiveram um primeiro câncer de mama. Nas pacientes com alto risco definido com base em história familiar ou genética, a recomendação é iniciar o rastreamento aos 30 anos de idade.

Mamografia, ultrassom e RNM podem ser laudados com referência a uma classificação chamada de Bi-RADS. A lista abaixo indica o significado e a conduta em cada caso, com base no Bi-RADS:

Categoria

Seguimento proposto

Zero – Indica necessidade de imagens adicionais

Imagens adicionais (MMG ou RNM)

1 – Negativa: sem anormalidades

Seguimento anual

2 – Benigno: alterado, mas não suspeito

Seguimento anual

3 – Provavelmente benigno

Mamografia após 6 meses

4 – Alteração suspeita, provavelmente benigna

Necessita biópsia

5 – Altamente suspeito para malignidade

Necessita biópsia

6 – Sabidamente maligno

Biópsia com diagnóstico de câncer

Assim como na prevenção primária, em casos onde a mulher já teve um câncer de mama ou uma doença pré-cancerosa (também denominado de carcinoma in-situ) com determinadas características (presença dos chamados receptores hormonais no tumor), está indicada uma prevenção secundária com Tamoxifeno (ou uma classe de medicações denominada Inibidores de Aromatase, se a mulher tiver tido um câncer).

Neste caso, a medicação tem por objetivo reduzir o risco de aparecimento de um novo tumor (seja maligno, seja pré-canceroso) na mesma mama, assim como na mama contralateral.

Prevenção terciária

Consiste em intervenções com objetivo de minimizar a perda de qualidade de vida decorrente da doença. Este tópico está discutido na sessão de tratamento.

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