Uma coisa é fato: não somos apenas seres biológicos, mas sociais também.
Ao decorrer de nossa vida estabelecemos uma gama de laços afetivos, seja para com
outras pessoas, lugares, sentimentos ou momentos. Entretanto, lidar com a inconstância da
vida efêmera, é algo que ainda não fazemos com tanta maestria. Na verdade, podemos dizer
que muitos de nós passam a vida recalcando suas angústias, jogando-as para baixo de um
tapete com fundo falso. Nessas horas, o instinto de sobrevivência fala mais alto,
apresentando-nos esse comportamento, que mesmo que de forma inconsciente, pareça ser o
caminho menos árduo para seguir em frente.
Mas os dias passam e os sentimentos mal resolvidos ficam. Quando menos esperamos,
o cenário para a depressão se instalar por completo está formado. Aliando todos os percalços
da vida ao processo de envelhecimento, fica difícil não ser profundamente impactado nesta
etapa tão sensível de nossa vivência.
Segundo dados do IBGE, a população desta faixa etária está em constante
crescimento. As pesquisas mostram que em 1980 a população brasileira com 60 anos ou mais
de idade era de 7.197.964 pessoas. Até o ano de 2010, este número saltou para 20 milhões.
Outro dado do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, estima que 1 em cada 4 brasileiros
terá mais de 65 anos em 2060.
Além disso, nota-se que a depressão na velhice está associada ao desencadear de
uma série de doenças que podem vir a serem letais.
Então, perante este panorama, como podemos agir para assegurar uma velhice que no
futuro, promete ser mais extensa e presente em nossa sociedade?
Comunicação
Voltando ao ponto de partida: somos seres sociais também. A comunicação com outros
seres humanos impacta diretamente em nosso sentido de pertencimento. Desde que o homem
pré-histórico abandonou a vida nômade para passar a viver em comunidade, a comunicação é
o que permite o desenvolver da sociabilidade. E engana-se quem pensa que é só de
comunicação com o externo que necessitamos. Traumas, sentimentos e angústias internas
precisam ser elucidados, e de preferência, antes mesmo da velhice. Sendo assim, o sentimento
de pertencer a algo ou algum lugar, é uma de nossos antídotos contra o veneno da depressão.
Internet e mundo digital
Nem eles escapam da evolução da Era Digital. A medida que nossa sociedade se
integra a virtualidade, as pessoas com idade mais avançadas podem acabar perdendo espaço
no que diz respeito à informação, entretenimento e inclusão. Por isso, é necessário assegurar o
acesso dos idosos, a fim de garantir a continuidade de sua autonomia.
Recreação
O movimento é a alegria do corpo. Atividades de recreação como por exemplo,
exercícios físicos em grupo, que além de auxiliar o condicionamento físico, são extremamente
benéficas para a psique. Aulas de artesanato e tudo que desperte o interesse são excelentes
alternativas para preservar a saúde mental na velhice.
Envelhecer realmente não é fácil. Nosso corpo, mente, percepções e expectativas são
transformadas por completo. O que nos resta é mais uma vez, fazer o que estiver ao nosso
alcance para assumir o controle de nossa vida, a fim de sermos responsáveis pelo que
vivemos, não somente hoje, mas num futuro não muito distante.
Do: Dr Consulta
Por: Dr Consulta
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